FALAR de comunicação consciente é reconhecer que em algum momento a gente acabou banalizando e automatizando o uso das palavras. A gente começou a derramar falas e escritas sem cuidado com os significados, com o tom e com o efeito delas. Essa inconsciência ignora o poder da palavra e faz com que a comunicação seja instrumento de desentendimentos, intolerância e separações.

Comunicação consciente é saber que as palavras que você diz ou escreve têm efeito nas outras pessoas. É reconhecer que a palavra tem o poder tanto de construir quanto de destruir, de alegrar e de machucar, de aproximar e de distanciar. É ter consciência que existem várias maneiras de falar sobre uma mesma coisa e saber que o que se diz é tão importante quanto o como você fala e a sua intenção em falar.

Sete ideias resumem a comunicação consciente e podem guiar a nossa fala e escrita, ajudando a construir uma comunicação mais clara, cuidadosa, tolerante e equilibrada:

autorresponsabilidade: você tem responsabilidade pelas suas palavras, pela maneira que fala e, consequentemente, pelos resultados do quê diz.

clareza: para que a comunicação seja clara e impedir que haja [o mínimo possível] de distorções, as palavras devem ser usadas de acordo com o seu significado (semântica), escritas corretamente e faladas com clareza.

intenção: a intenção que você tem na hora de falar/escrever alguma coisa vai servir como guia para a escolha de palavras e a maneira como falar. Até uma “bronca” pode ser dada sem causar grande desconforto, se a intenção de quem fala é não causar constrangimento ao outro.

respeito e compaixão: ter respeito e compaixão pela pessoa, pelo assunto e pela situação. E saiba que compaixão não é sentir junto ou entender com totalidade o que acontece/aconteceu com o outro, mas, sim, entregar compreensão e respeito.

presença: ter atenção no momento presente nos faz mais conscientes e cuidadosos com a nossa comunicação verbal e não verbal. Estarmos presentes nos faz ter mais atenção na escolha das palavras, na nossa intenção e em que nos ouve ou nos lê.

consciência sobre o outro: saber quem é a pessoa que te ouve te faz pensar nas melhores palavras e na melhor maneira de fazer ela te entender. Ter consciência sobre o outro é, também, saber ouvir e lembrar [e relembrar] que quem te ouve/lê é um ser tão cheio de histórias, sentimentos, crenças, limitações, desejos e imperfeições quanto você [e eu].

autenticidade: a comunicação consciente é sincera e coerente tanto com quem ouve/lê quanto com quem fala/escreve. Comunicação é aproximação, é entregar para o mundo externo partes do nosso mundo interno, é deixar que as nossas palavras representem as nossas individualidades.

Palavras têm poder! É preciso cuidado e responsabilidade ao falar e escrever. | foto: Debby Hudson for Unsplash

_______
. texto publicado no Linkedin, em setembro de 2021. Para ler e visualizar a publicação, clique aqui.